“O próximo grande salto evolutivo da humanidade será descobrir que cooperar é melhor do que competir.” - Pietro Ubald.i

Jessica Takano.
19/04/2021

 

Diante da nossa sociedade podemos observar problemas em inúmeras áreas. Problemas com a educação, com a saúde, com a política, com a desigualdade social, com a violência, com o desemprego... E também de forma muito expressiva com o meio ambiente. A preocupação com a área ambiental tem gerado muitas discussões, planejamentos e práticas nos últimos anos, tanto por parte de pessoas, quanto por parte de grupos ou organizações.

 

Uma das principais fragilidades desse setor é a produção de lixo. Como lidar com o excesso de lixo gerado constantemente? Você já parou para analisar quanto de lixo uma casa produz diariamente, semanalmente, mensalmente ou então anualmente? Agora multiplica isso por uma infinidade de casas... Sem falar nas organizações, em que o volume de lixo aumenta desenfreadamente.

 

Além do problema com o lixo, também podemos destacar a dificuldade natural de reposição de recursos do planeta. Há recursos explorados e consumidos pelos processos produtivos que levam anos e anos para se recomporem ou então tornam-se extintos, o que gera um desequilíbrio muito prejudicial na esfera da natureza.

 

Nesse contexto, surge o conceito de Economia Circular, que tem como principal ideia substituir a visão e o tratamento que a sociedade tem de “lixo” para um fator contínuo e cíclico de produção – no lugar de simplesmente descartar ou jogar fora, deve-se desenvolver um processo de reaproveitamento do lixo para um novo ciclo.

 

Dentre as diversas estratégias da Economia Circular, podemos destacar as seguintes:

 

- Reutilização (de produtos pelo próprio consumidor final);

 

- Remanufatura (desmontagem do produto usado, limpeza, reparação ou substituição de peças se necessário e teste de qualidade);

 

- Updating (atualização para o caso de produtos eletrônicos);

 

- Reciclagem (nível industrial de transformação para um novo material).

 

- Reparação (consertos para que o produto continue sendo utilizado);

 

- Reaproveitamento (utilização do produto para outras finalidades).

 

Muitos imaginam que a Economia Circular é de responsabilidade única e exclusivamente de um determinado setor (como a produção ou os consumidores), mas se enganam muito nessa concepção. Todos os setores da sociedade têm uma certa responsabilidade e podem contribuir com a propagação da Economia Circular, como por exemplo:

 

- Compras conscientes (selecionar produtos, serviços e marcas);

 

- Descarte consciente (separar o lixo e evitar o desperdício);

 

- Comerciantes (selecionar fornecedores);

 

- Produtores (desenvolver bons processos produtivos);

 

- Indústrias (investir em melhores técnicas e práticas);

 

- Governo (proporcionar incentivos e subsídios).

 

Ou seja, todas as esferas da sociedade podem contribuir de alguma forma e somar no processo da Economia Circular. Se um setor estiver “jogando contra” ou simplesmente não estiver fazendo a sua parte, o processo como um todo será prejudicado, dificultando ou inviabilizando as etapas seguintes.

 

O conceito de Sustentabilidade anda lado a lado com a Economia Circular. Dentre tantas definições dessa área, podemos destacar a de proporcionar condições para que processos ou sistemas continuem existindo, ou seja, tenham a possibilidade de permanência e propagação. Nesse caso, podemos pensar tanto no sentido ambiental, social quanto econômico.

 

Hoje em dia com o avanço da tecnologia, as organizações devem aproveitar cada vez mais as técnicas, ferramentas e recursos disponíveis voltados para as práticas da Economia Circular. Máquinas, softwares, modelos de produção e computadores, por exemplo, são muito úteis nesse sentido, facilitando e contribuindo bastante para processos mais limpos, mais econômicos e mais eficientes.

 

A Logística reversa também é uma área muito importante na Economia Circular, que atua com o fluxo de produtos, embalagens ou materiais, desde o local do seu consumo, até o local de onde foi produzido, revertendo esse transporte inicial com a coleta e destinação correta dos resíduos. Esse processo torna-se então uma responsabilidade e um diferencial para empresas, organizações ou marcas que realizam ou cumprem essa prática.

 

Um conceito contrário à Economia Circular é a obsolescência programada. Você já ouviu falar sobre ela? A obsolescência programada é uma estratégia para, propositalmente, oferecer produtos ou serviços que durem pouco, para que os clientes voltem a comprar ou consumir, gerando maior lucratividade para as empresas. Esse esquema é muito problemático para a sociedade porque, dentre outros fatores, geram um excesso ainda maior de lixo.

 

Assim, a mídia e a conscientização são meios fundamentais para que as pessoas, os grupos e as organizações mudem de postura em relação à produção e ao consumo, propiciando práticas mais inteligentes e sustentáveis. Por mais que a tecnologia, o conhecimento e os investimentos nessa área sejam imprescindíveis, a conscientização da sociedade como um todo pode ser considerada a base de tudo.

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Jessica Takano. Gerente Administrativa e Professora de Administração. Ensino presencial e à distância. Principais áreas de atuação: Fundamentos e Teorias da Administração, Gestão de Pessoas, Marketing, Gestão Ambiental, Empreendedorismo e Planejamento Estratégico.

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