Dentre tantas preocupações que temos hoje, a necessidade de um mundo mais sustentável com certeza é uma delas. O tripé da sustentabilidade destaca que a área social, a econômica e a ambiental devem ser trabalhadas conjuntamente, de maneira que tenham o melhor equilíbrio possível entre elas. Mas sabemos que o fator econômico sempre acaba tendo mais peso, principalmente no meio empresarial. Como lidar com tudo isso então?
O Marketing Verde é uma área do Marketing bastante promissora e que vem contribuindo tanto para as empresas quanto para a sociedade como um todo. Mas aqui devemos ter um certo cuidado. Empresas que utilizam o Marketing Verde apenas para se promoverem, não devem ser valorizadas e sim questionadas.
Podemos compreender o Marketing Verde como uma estratégia que relaciona empresas, marcas, produtos ou serviços à uma imagem ecologicamente consciente, que enfatiza os benefícios ao meio ambiente que desenvolve. Um exemplo clássico de uma empresa brasileira que investe nisso é a Natura.
A Natura é uma empresa que há anos atua com o foco em ações sustentáveis, com o desenvolvimento de práticas socioambientais. Em seu site há diversas informações sobre essas práticas, podemos destacar algumas delas, como: 1) Amazônia Viva; 2) Mais Beleza, Menos Lixo; 3) Cada Pessoa Importa; e 4) Visão de Sustentabilidade 2050.
Esses projetos envolvem atuações como agricultura sustentável, ações contra o desmatamento, uso de ingredientes de origem natural e sustentável, relações éticas com comunidades fornecedoras, valorização das comunidades ribeirinhas, produtos não testados em animais, diversidade, entre diversas outras questões. Ou seja, é um ótimo exemplo de uma empresa que faz uso do Marketing Verde e que realmente prática ações sustentáveis.
Podemos associar também ao Marketing Verde, a Logística Sustentável. A Logística é uma área que trabalha com o gerenciamento do abastecimento e envolve atividades como planejamento, controle, gestão de estoque e transporte de matérias-primas ou produtos finais. Dessa forma, a Logística, assim como vários outros setores das empresas, pode atuar mais sustentavelmente. Algumas boas práticas dessa área são:
- Logística reversa (destinação correta dos resíduos gerados);
- Consumo consciente de água e energia;
- Redução de desperdícios;
- Manutenção de frotas para que os veículos poluam menos e consumam menos combustível;
- Contratação de mão de obra local (estimulando o desenvolvimento da região);
- Cumprimento de exigências e certificações de segurança;
- Uso de tecnologias limpas;
- E roteirização eficiente das entregas.
Assim, observa-se uma grande otimização nos processos das empresas, que têm impactos sistêmicos (em diversas outras áreas) e que ainda podem ser divulgados por meio do Marketing, criando maior percepção de valor para os clientes com o destaque de ações que realmente contribuem para o meio ambiente.
E atrelado a tudo isso, podemos tratar também sobre a importância do consumo consciente. A humanidade consome atualmente 30% a mais dos recursos naturais do que é a Terra consegue renovar, o que fica claro que a forma atual de consumo ameaça a vida do planeta, especialmente pensando em água, energia e alimento.
As escolhas de consumo podem levar a impactos positivos ou a impactos negativos, tanto na economia, nas relações sociais, na natureza e na própria pessoa que está consumindo. É óbvio que por mais consciente que o consumo seja, ele leva a impactos, porém, podem ser mitigados, de acordo com diferentes atitudes.
As escolhas estão no momento de comprar, o que comprar, de quem comprar, quando comprar, como usar e como descartar, por exemplo. Muitos consumidores deixam de comprar produtos e/ou serviços quando sabem da procedência de determinados processos produtivos e operacionais.
Assim, ainda que exista muitas discussões sobre a real significância de pequenas atitudes individuais relacionadas à sustentabilidade, nenhuma mudança pode ser tão significativa se não começar por meio de uma consciência das necessidades que o meio ambiente tem. O consumidor consciente é aquele que leva em conta, ao escolher os produtos e serviços que compra, o meio ambiente, a saúde humana e animal e as relações justas de trabalho, além das questões como preço, marca e qualidade.
Jessica Takano. Administradora e docente de Administração com experiência no ensino presencial e à distância. Principais áreas de atuação: Fundamentos e Teorias da Administração, Gestão de Pessoas, Marketing, Gestão Ambiental, Empreendedorismo e Planejamento Estratégico.