“Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão”.
William Shakespeare
Eu leio e releio essa frase: “Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão” e sempre me pego a pensar o poder que as emoções têm. Sim você leu corretamente: Poder. Nós, seres humanos, experimentamos durante a vida toda uma grande variedade de sensações. Robbins, um autor muito conhecido da área do comportamento organizacional define emoções como “sentimentos intensos direcionados a alguém ou a alguma coisa”.
Ou seja, tudo que sentimos com intensidade tem um direcionamento ou vem de algo que nos desperta, acorda algum desses sentimento que vivem dento de nós. Embora, eu sei que você está pensando que algumas pessoas não têm sentimentos, mas mesmo a mais fria que você possa conhecer, tem sim sentimentos. O que acontece é que nem todo mundo sente igual, com a mesma intensidade ou mesmo tem os mesmos gatilhos emocionais.
Cada um de nós é único, tem sua personalidade e isso acaba por influenciar como demonstramos nossas emoções. Eu sou uma pessoa intensa por personalidade. Choro por qualquer coisa, inclusive comerciais de margarina, e quem não chora com eles? Mas o grande X da questão aqui são as emoções e o mundo do trabalho. Como gerenciar as emoções nas empresas?
O conceito de INTELIGÊNCIA EMOCIONAL não é algo que pode ser chamado de novo. Foi em 1995 que o tema cresceu em popularidade a partir da obra do autor americano Daniel Goleman. Seu livro INTELIGÊNCIA EMOCIONAL é um best-seller, um clássico da área. Passadas algumas décadas, a temática ainda gera muita ansiedade e insegurança.
Mas não deveria trazer paz e tranquilidade? Não! Durante algum tempo, na gestão das empresas, se acreditava que uma empresa deveria, literalmente se livrar das emoções. Eu fico imaginando as empresas instalando grandes armários de aço, com cadeados digitais (de última geração) destinados aos colaboradores deixarem suas emoções, guardadas de forma segura antes de entrarem para cumprir o expediente.
Imagine você despindo suas emoções guardando no armário, e não se preocupe, elas não serão roubadas (ninguém quer ter suas emoções sorrateiramente furtadas ou trocadas por outras) e estarão seguras e bem protegidas nos armários da empresa, esperando ansiosamente o trabalho acabar para vocês poderem ir embora juntos e felizes. Imagine a paz que você ia experimentar nos dias de trabalho. A não! Você não sentiria nada.
Após muitos estudos, as empresas perceberam que as emoções são as mais fiéis aliadas. Colaboradores motivados, felizes e apaixonados pelo que fazem nas organizações onde atuam, com seus melhores projetos e devotam seu melhor. E o oposto também é verdadeiro: colaboradores infelizes, desmotivados e com o coração partido, não trazem bons resultados.
Nesse cenário que a INTELIGÊNCIA EMOCIONAL entra, William Shakespeare lá pelos idos de 1600, nunca deve ter ouvido falar de INTELIGÊNCIA EMOCIONAL, mas sua frase representa bem o que é termos inteligência no trato com nossas emoções. Não se trata de controlar, mas de reconhecer as nossas emoções e gerenciá-las, ou seja, saber a hora em que você precisa deixar o coração de lado, e usar a cabeça, literalmente.
As pessoas mais inteligentes emocionalmente, são aquelas que tem uma relação saudável com suas emoções. Sim, saúde mental, assim como saúde física. Sabendo que tanto a alegria como a tristeza fazem parte da vida e que todos temos dias bons e dias ruins. Nas empresas, a demanda por saúde mental, relações de trabalho amigáveis, e (na minha opinião) muita empatia e gentileza, aumentou consideravelmente.
Mas assim como em nós mesmo, nas empresas, a GESTÃO DAS EMOÇÕES não é uma tarefa fácil, demanda tempo, estudo, investimento e muita boa vontade. O trabalho faz parte do processo! Shakespeare, nos ajuda novamente dizendo que “A paixão aumenta em função dos obstáculos que se lhe opõem”. Assim, na mesma medida, os desafios que a gestão de INTELIGÊNCIA EMOCIONAL nos impõem, também nos provoca a evoluir. Vamos embarcar nessa jornada e viver o melhor do trabalho e da vida.
Afinal, cada um “sabe a dor e a delícia de ser o que é” (Caetano Veloso).