Diversidade no mercado de trabalho
Antes de darmos sequência a esta conversa, gostaria de expor alguns dados relevantes que mostram por que o debate sobre diversidade dentro das organizações é tão importante:
51,7% da população brasileira é composta por mulheres;
3,5% das vagas de liderança no mercado de trabalho são ocupadas por mulheres;
As mulheres ganham em média 77% do salário de homens com a mesma função;
Entre as 500 maiores empresas do mundo, apenas 4,7% possuem pessoas negras em cargos de lideranças;
61% da população LGBTQIA+ escondem de colegas de trabalho e gestores sua orientação sexual.
Os dados acima nos fazem constatar que o mercado de trabalho brasileiro ainda não trabalha a diversidade como deveria.
Por mais que o assunto esteja em alta, muitos tem dificuldade para entender de fato o que é diversidade. Diversidade é sinônimo de diferença e pluralidade, o que é próprio da natureza humana. A diversidade cultural abrange mais especificamente costume, idioma, religião, etnia, entre outras distinções.
Em um país tão imenso como o Brasil, a heterogeneidade entre as pessoas se torna tão grande quanto.
Embora a lei n° 8.213, de junho de 1991, obrigue empresas com mais de 100 colaboradores, a ter de 2% a 3% das vagas destinadas a pessoas com deficiência, a cada dia mais as corporações têm entendido que trabalhar a diversidade entre seus colaboradores vai muito além disso. Ter uma pessoa dos grupos minoritários no quadro de funcionários não faz da empresa diversa, é preciso pensar a questão da proporcionalidade.
Algumas empresas já têm se atentado para essas demandas, mas ainda há muitas pontas a serem melhorados para que esses esforços sejam efetivos.
Contratar pessoas de diferentes perfis proporciona riqueza intelectual e cultural para as organizações. Independentemente do tamanho da empresa, ela necessariamente vende um produto ou um serviço, e dentre as pessoas que irão consumir tais produtos e serviços há uma diversidade. Então, torna-se interessante para uma corporação ter uma qualificação cultural mais plural para suprir as demandas dos mais variados clientes.
Embora algumas pessoas pensem que investir em diversidade nas contratações pode reduzir o desempenho e a entrega de resultados, pesquisas mostram que esse mix de ideias faz com que a empresa se torne mais competitiva e entregue alta performance.
Sabemos que fazer do mundo corporativo um ambiente mais plural é um trabalho a longo prazo, mas precisa ser iniciado. Para isso, a área de Recursos Humanos das empresas pode ter um papel fundamental.
Ela pode começar fazendo um levantamento de o quão diversa a empresa é, por exemplo, e a partir daí avaliar se há setores que são mais heterogêneos que outros, para pensar em processos seletivos mais igualitários.
Porém, não basta realizar a contratação, é preciso pensar em estratégias para reter esses talentos na empresa, como, por exemplo, fazer adaptações no espaço físico para contratados com necessidades especiais, por exemplo.
Um outro ponto importante é trabalhar a cultura de inclusão entre os colaboradores, e para isso, uma boa comunicação é indispensável. O RH, juntamente com os gestores, pode organizar palestras, workshops ou solicitar ações de marketing voltadas ao tema.
A matéria prima de uma grande empresa é a inovação, e não há inovação em um espaço em que todos pensam igual. Então, em um mundo cada vez mais globalizado, empresas que estão trabalhando a diversidade estão alguns passos à frente.
É preciso pensar a diversidade como um fator de transformação, em que cada colaborador possa se reconhecer dentro da empresa em um nível pessoal.
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