Recentemente me deparei com essa charge, e me peguei pensado a respeito da velocidade com que produtos são concebidos, criados, prototipados e lançados no mercado. É fato que tudo tem um tempo ou ciclo de vida, e os produtos não são diferentes. Não importa quão maravilhoso seja o produto. Ele pode ter tido muito lucro nas vendas, sucesso de aceitação, mas um dia a luz se apaga e a festa acaba, ou seja, esse produto entra em declínio. Quem hoje em dia usa telefone fixo? Pergunte para as crianças, muito provavelmente elas não farão ideia do que você está falando.
Fonte: https://d.emtempo.com.br/charges/81067/charge-de-em-tempo--07-de-outubro-2017--malika
Fato é que as empresas precisam acompanhar as mudanças no mercado, resultados de mudança sociais profundas. Isso me recorda o dia, em que meu sobrinho, então com 9 meses, assistia desenhos no meu “telefone” celular. Aliás, os smartphones não receberam esse nome à toa. Depois de um tempo, meu sobrinho ficou entediado e começou a passar os vídeos usando o dedinho indicador. Essa situação se estendeu por alguns minutos, até que eu, incomodada com isso, resolvi frear a situação. Usando toda estratégia, afinal ninguém queria que aquilo acabasse em choro, coloquei meu dedo no canto da tela do smartphone. Qual foi minha surpresa quando segundos após eu pousar o meu dedo, meu Sobrinho, com sua pequena mão, empurrou (literalmente) expulsando meu dedo do canto da tela.
Nesse exato momento, eu vi que os tempos tinham mudado, com menos de um ano de idade meu sobrinho já sabia mais de tecnologia do que eu jamais imaginaria conhecer na idade dele. Como professora de gestão, essa história ficou martelando na minha cabeça, foi um choque de realidade. A realidade de quão complexo é, e ainda serão, os desafios que as empresas que investem em inovação terão que enfrentar.
A única alternativa possível, a meu ver, é a CRIATIVIDADE, mas convenhamos que ser criativo é uma das tarefas mais complicadas que você pode delegar a alguém. Parece que a determinação do ser criativo apaga nossa criatividade. Algo como escrever um texto criativo já provoca uma espécie de blecaute, e a primeira ação é... Vamos perguntar ao oráculo do século. De quem estou falando? Do nosso amado Google.
Pergunte como ser criativo para o Google e copie e cole a sua resposta. Não, definitivamente não teremos muita criatividade embarcada.
Essa é uma preocupação dos dias atuais. Como ser criativo se tudo parece estar pronto em algum lugar, esperando somente por um clic? O que é ser criativo, como pensar fora da caixa, como sair do Ctrl C + Ctrl V, para não cair na tentação de tentar “reinventar a roda”?
Fato é, a criatividade é o melhor caminho. Os estudiosos Mouchird e Lubart conceituam a criatividade como o conjunto de capacidades que possibilitam uma pessoa a se comportar de modos novos e adaptativos em determinados contextos. Para Sternberg, a criatividade também pode ser considerada a capacidade de criar uma solução que é ao mesmo tempo inovadora e apropriada. Ficou evidente que tanto na teoria como na prática, criatividade está longe de ser brincadeira de criança, muito embora a infância seja um dos terrenos férteis da criatividade.
Conforme Freud, a criatividade adulta está relacionada com a brincadeira infantil. Pois o desejo da criança em querer ser adulto e brincar sobre isso indica que ela está assimilando o ambiente ao seu redor. Portanto, parece óbvio pensar que precisamos aprender com as crianças, a voltar a ser criança, sem medo de errar, sem medo de tentar ou de enfrentar críticas. Em um mundo onde todos querem ser iguais, o diferente definitivamente é um ato de coragem. E as empresas, a despeito de todo conhecimento, ainda precisam aprender muito. É difícil prever o que o futuro e essas novas gerações nos reservam, mas de qualquer forma, aposto que virão coisas boas por aí. E você, está preparado?