Tem um texto da autora Clarice Lispector, que se intitula “Se eu fosse eu” que me faz pensar a respeito da construção das relações entre as pessoas frente a nossa própria identidade. Tem um fragmento do texto que diz:
Acho que se eu fosse realmente eu, os amigos
não me cumprimentariam na rua, porque
até minha fisionomia teria mudado.
O que será que mudaria se eu fosse eu? Parece estranho em um primeiro momento pensar em ser “a gente mesmo”, mas se você pensar um pouco, vai acabar percebendo que essa mentalidade tem relação ao que pensamos e ao que expressamos. Nesse ponto me lembro de uma postagem, que eu já vi muitas vezes, nas redes socais que diz “as pessoas não gostam do que eu digo, imagine se soubessem o que eu penso”.
É exatamente essa a questão. Em um universo de possibilidade, ganhamos muitas formas de expressar nossos pensamentos, seja por fotos, emojis, Memoji, stickers (figurinhas), áudios, vídeos, textos, frases, palavras... Claro que não podemos deixar de mencionar a luta com o conector, conversor, concessor, com o corretor automático de palavras. As formas de nos comunicarmos foi acrescida, ampliada, aprimorada, mas não podemos dizer melhorada.
E por que não? COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL nada mais é do que a competência que nos possibilita trocar ideias e experiências com uma ou mais pessoas, seja de maneira escrita, verbal ou não verbal de maneira assertiva. Ou seja, é uma competência essencial para que os profissionais consigam trabalhar em grupos e equipes, que negócios sejam realizados, ideias sejam criadas e propagadas, enfim, ela é o canal que possibilita a criação das relações entre as pessoas, empresas e equipes. Uma competência tão importante, mas ainda pouco explorada, tem todas as suas potencialidades pelos profissionais.
Se comunicar bem não significa somente falar bem, mas também ouvir bem, postar bem, gravar bem. Isso mesmo, na Era da Informação, saber se comunicar perpassa também o domínio, ou no mínimo, conhecer como utilizar os diferentes canais digitais. Redes sociais, e-mail, aplicativos de mensagens, canais multimidiáticos, vídeos, áudio, som e imagem. Eu sempre considerei a comunicação interpessoal algo um tento complexo, porque o que eu falo, não é necessariamente e o que você ouve, imagine usando todas essas ferramentas.
Embora a comunicação seja farta, não quer dizer que ela seja assertiva, ou efetiva. Embora tenhamos muitos canais, temos muitos ruídos também. O caminho para uma comunicação assertiva passa pelo desenvolvimento e aprimoramento da nossa capacidade comunicacional. Sim isso é possível! Bons comunicadores se desenvolvem e passam a vida toda buscando aprimorar a competência. Como dizia o artista “quem não se comunica se trumbica”! Mas se você não sabe o que significa trumbicar, essa linda frase de nada adianta. Podemos traduzir para “quem não se comunica, se dá mal”, é, perdeu um pouco da graça, mas, deu o recado. COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL E FEEDBACK ASSERTIVO tem relação direta com entregar o recado, de maneira, adequada e eficiente.
Voltando ao texto de Clarice, a certo ponto ele destaca que leu biografias de pessoas que de repente passavam a ser elas mesmas e mudavam inteiramente de vida. Passaram a ser elas mesmas, a se comunicar e se fazer entender com clareza e efetividade. A boa comunicação contribui com a solução de conflitos, impulsiona a carreira, melhora relações de trabalho e a relação entre as pessoas, entre outros tantos benefícios que o nosso vocabulário possibilita.